Regulador australiano alerta para os riscos de investir em criptoativos

O presidente da Australian Securities and Investments Commission descreveu as criptomoedas como ativos excessivamente voláteis e de alto risco.

Após o recente anúncio do Departamento do Tesouro australiano para fortalecer a supervisão das criptomoedas, o chefe da ASIC, Joseph Longo, disse que uma das principais tarefas do regulador é alertar o público sobre os riscos associados aos criptoativos. Ele disse que a popularidade das criptomoedas entre os jovens aumentou dramaticamente por causa da publicidade atraente e das promessas de altos retornos.

De acordo com a pesquisa da ASIC, 44% dos investidores possuem ativos digitais, enquanto 25% investem apenas em criptomoedas. No entanto, a capitalização do mercado de ativos digitais caiu cerca de US$ 2 trilhões nos últimos meses, para grande consternação do regulador.

“Meu trabalho não é apoiar criptomoedas, mas proteger os consumidores e fazer cumprir a lei. Investir em criptoativos é um negócio muito arriscado que não gera uma renda estável. A indústria será regulamentada em breve, mas as pessoas ainda devem ter o máximo de cautela”, disse Longo em uma reunião do Comitê de Desenvolvimento Econômico da Austrália em Melbourne.

Joseph Longo disse que os investimentos em bitcoin não devem ser confundidos com a tecnologia blockchain, que pode ser usada legalmente e tem potencial para melhorar certas áreas da atividade humana. Mas as criptomoedas não estão sujeitas ao controle do estado por causa de sua natureza descentralizada, que atrai usuários mal-intencionados. O presidente da ASIC acrescentou que, apesar das tentativas da agência de impedir os criptojackers, que estão usando métodos cada vez mais sofisticados para brincar de gato e rato com as autoridades.

“Sempre haverá bandidos e criminosos na sociedade. No entanto, com o advento da tecnologia de ponta, eles ultrapassaram facilmente as fronteiras e se tornaram ativos no espaço digital”, argumenta Longo.

Em abril, o regulador australiano alertou sobre a responsabilidade por promover projetos de criptomoeda, que as leis do país classificam como produtos financeiros. O não cumprimento pode levar a multas multimilionárias e prisão.